Estou: Exausta

Sim, eu sei. TODO MUNDO tá exausto.

Ninguém aguenta mais viver no epicentro da pandemia, ninguém aguenta mais o governo, ninguém (os 5 gatos pingados fazendo isolamento social) aguenta mais ficar sem ver os amigos. Todo mundo tá cansado, isso é fato. Mas sabe quando você chega no limite e seu corpo pede CLEMÊNCIA?

Pois bem, é como eu estou nas últimas duas semanas. Ou talvez três.

Mas olha, vou dizer pra vocês: até que eu estava indo bem. Minha própria psicóloga (olá Ana, te amo, Ana) me disse que sou um dos casos maravilhosos de pessoas que estão indo bem em plena pandemia. Afinal de contas eu tenho um emprego, um mestrado, meus parentes e amigos próximos seguem vivos e livres de covid e estou na minha melhor fase como pessoa com TAG (transtorno de ansiedade generalizada). PORÉM eu ainda vivo no Brasil da pandemia e ainda tenho noção da situação que estamos o que significa que NÃO DÁ PRA SER FELIZ. 

Ainda assim, estava conseguindo me alienar nesse último ano. Acho que todas as pessoas que tem o mínimo de contato comigo sabe que virei dorameira (fã de novelas asiáticas), o que tem sido meu principal ALIMENTO nesses tempos sombrios. Entrei pra um fandom, conheci gente nova, fiz amigos, voltei a ser fã de idol, tudo lindo né.

Só que tem horas que o mundo horrível chega. Não tem jeito. Minha avó assiste tv o dia inteiro e faz questão de comentar as notícias comigo pra compartilhar a indignação. Eu moro no twitter e em uma das minhas contas as pessoas compartilham todos os HORRORES e problemas do brasil e do mundo. Invariavelmente meus amigos também vão comentar as coisas nos grupos, porque né. Enfim, não dá pra fugir completamente e aí que veio a minha desgraça.

Já vinha meio cambaleante por causa de toda a situação com o garotinho que morreu e todo mundo deve saber. Eu fico muito abalada quando acontece algo contra crianças. Mas vamos lá, a vida continua, o trabalho tá aí, o mestrado tá aí. Veio então tiroteio aqui, notícia de morte (um trabalhador e o gerente do morro que eu moro), helicóptero dando rasante em cima da minha casa, clima de tensão. Vida continua, tem aula pra assistir!

Aí essa semana teve:

- morte de conhecidos por covid

- chacina na CRECHE

- chacina no jacarezinho

- dia das mães

E como vocês devem imaginar pelo parágrafo de cima, a penúltima acho que me atropelou feito trator. Na verdade eu nem sei direito o que mais me afetou, sinceramente. Mas sei que estava lendo no twitter o relato de um morador e me veio logo lembranças que achei que tinha esquecido. Dois corpos embolados num saco preto, jogados, o sangue escorrendo calçada abaixo e eu desviando pela rua pra ir pra escola. As cápsulas de fuzil e as marcas de sangue que vira e mexe vejo no chão faz 20 anos. Etc. Coisas que eu vi e ouvi quando criança (até hoje, aliás) e lembro com clareza. Coisas que crianças e adolescentes do jacarezinho (e todas as outras favelas por aí) vão lembrar pra sempre também. Às vezes eu esqueço que tem coisas que a gente nunca esquece.

Parando pra pensar aqui agora, é engraçado o quanto eu demorei pra perceber que as coisas estavam desandando mesmo tendo sintomas clássicos de ansiedade. Meu intestino todo desarranjado, ciclando entre prisão de ventre e SOLTA TUDO IRMÃOZINHO. Músculos aleatórios sofrendo espasmos por dias. Coração palpitando e respiração esquisita. Constante sentimento de ser avulsa nas poucas interações sociais que me sobraram. Desânimo absoluto pra trabalhar ou estudar. Acordar de madrugada por qualquer barulhinho.

Enfim, aí como desgraça pouca é bobagem ainda teve essa bosta de dia das mães. Sabe, eu sou órfã de mãe desde os 2 anos. Nunca comemorei um dia das mães com a minha mãe de fato, foram quase duas décadas de escola fazendo as homenagens pra minha avó enquanto todas as outras crianças faziam pras mães. Eu sinceramente tenho vontade de dar um TIRO em quem inventou essas datas comemorativas, pelo amor de deus. Passei a semana pensando "bom, pelo menos me proporcionou mais um final de semana de folga, olha que legal" e acabei passando o domingo com o quê? Crise de rinite.

Meu corpo, amigos, ele não falha em mostrar seu desagrado kkkkk

Não há seis anos de terapia, cinco anos de antidepressivo e uma cartela de sos à disposição que dessem conta desse auê todo, né HAHAHAHAHAHA tô rindo porque bem, só rindo mesmo. Eu gosto de rir da minha desgraça pessoal, mesmo que, se colocada em perspectiva, esteja bem longe de ser uma. Tem gente passando por coisa mil vezes pior, etc, mas isso não muda o fato de que surtei.

Então, seguimos.

Tem aulas pra assistir.

Trabalho pra fazer.

Artigos pra ler.

O país caindo aos pedaços e a gente precisa produzir. 

Show.

Só assim, né gente

***

Pra não finalizar esse post com BAD VIBES total, vou compartilhar um pouco das minhas tentativas de alienação. Segue aí

- Música

Com a graça dos deuses superei um pouco a fase enjoada de tudo e agora tô obcecada por músicas MUITO específicas. Menção especial a Closer - NeYo, hino atemporal e que surpreendentemente tá me dando inspiração pra uma história de realidade alternativa, berro.

Mas fique aí com a minha playlist No Repeat, ela mostra bem como tá meu gosto musical ultimamente HAHAHAHA.

- Doramas

Sim, é só isso que eu vejo agora então já uso logo de título KKKKKKK. Minha watchlist é uma bagunça absoluta, mas nas últimas semanas tenho assistido Run On religiosamente quase todos os dias. Tá me fazendo pensar bastante porque as protagonistas me irritam em vários momentos enquanto os mocinhos são PERFEITOS, daí tô aqui me perguntando: isso é reflexo de misoginia? Se os mocinhos tivessem os defeitos delas, eu continuaria apaixonada por eles? Ainda não tive respostas kkkkk mas minha disposição pra Dan-Ah já mudou, então acho que atingi o ponto da questão (conclusão: tive respostas sim).

OLHA SÓ PRA ELE!! LEE YEOUNG HWA!!!

E eu não poderia deixar de falar de Vincenzo, é claro. Gente, pelo amor de deus. Já tem duas semanas que esse drama terminou e eu sigo pensando nessa merda. Vejo a bendita gif do beijão do meu shipp e tenho taquicardia. Estou a cinco passos de escrever uma fanfic a partir do final do último episódio. Laudo médico: OBCECADAAAAAAAAAAAAA.

PELO AMOR DE DEUS, SABE!!!!

Com isso cheguei à conclusão de que eu realmente preciso tentar voltar a escrever, porque meu cérebro parece ser programado pra criar (ou melhorar) histórias.

Ah, MENÇÃO HONROSA a Youth Of May!! Estreou semana passada mas já me apaixonei completamente logo no primeiro episódio, mesmo sabendo que vou sofrer feito uma cachorra pois se passa numa das épocas complicadas da Coréia. Que os deuses me ajudem nessa.

O clichê dessa cena gente, foi TUDO na minha carreira

- The sims

Eu ainda vou voltar a escrever a amada coluna JOGADORES ANÔNIMOS, mas enquanto isso não acontece vou só comentar rapidinho sobre meu jogo novo. Basicamente criei uma família com 3 adultos, duas crianças e um bebê na cidade que "imita" o Japão e agora esqueci o nome, uma oportunidade perfeita pra criar sims asiáticos com traços verdadeiramente asiáticos (coisa difícil no the sims) (qualquer tentativa de fazer sims não brancos é difícil, na verdade) e usar todos os itens temáticos. De quebra, resolvi deixar o lote como assombrado pra ver como que funciona a expansão nova Sobrenatural.

Pois bem.

Não teve UMA NOITE em que os meus pobres sims não acordassem pelo menos 3x de madrugada apavorados, todo mundo tendo pesadelo, luz piscando, espectro aparecendo, um caos. O mais engraçado é que a bebê passa ilesa por esses percalços, achei atencioso da parte dos espectros não mexerem com neném HHAHAHHAHA. Enfim, tá tão bom que tô aqui pensando em quando vou jogar de novo. Amém!!

- Livros

Sim, é isso mesmo: ESTOU LENDO!!!

A Taiany foi me falar dos livros da Maya Banks sobre guerreiros escoceses e lembrei que tava com o segundo livro da série Montgomery & Armstrong no kindle. Era tudo o que eu tava precisando: muita desgraça, mocinha completamente desgraçada, gente horrível pra todo lado KKKKKKKKKKKKK mas lógico que VAI ROLAR UM ROMANCE AÍ. Ai, meus preferidos. Amo gente desgraçada da cabeça que encontra o amor!!! (spoilers de todas as minhas histórias).

POR OUTRO LADO, meu clube do livro tem encontro já nesse sábado e até hoje não peguei na leitura da vez, Ciranda de Pedra. Isabela, pelo amor de deus, olha o que você está me obrigando a fazer. Por que indicar logo esse? HHAHAHAHAHAH enfim, eu vou me esforçar mais dessa vez e cumprir meu papel de maratonista. Vamo que vamo.

***

Bom, é isso aí. Com esse finalzinho de post me dei conta de uma coisa que na verdade sempre soube: o que me sustenta são histórias, sejam minhas ou de outros. Mas deixo pra elaborar melhor sobre isso em outro dia.

Fui e até a próxima ✌

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